A seguir, texto do meu artigo publicado na Gazeta Mercantil hoje:
O Franchising Cresce de Maneira Sustentada.
Denis Santini
Fato: o brasileiro comum descobriu a Bolsa de Valores. Conceitos como câmbio, IPO, ação ordinária e dividendos, antes restritos a “experts”, ganharam as ruas, incorporando-se à vida de qualquer cidadão. Acompanhando esse interesse pelo assunto, pude constatar similaridades entre o mercado de ações e o de franquias, no qual atuo desde 1993, como especialista em comunicação e marketing de redes. Isso me estimulou a escrever este artigo, para expor as oportunidades oferecidas pelo Franchising aos investidores.
Analisemos o comportamento do investidor em cada caso. A opção pela compra de ações de uma empresa pressupõe confiança em seu crescimento e é feita após uma análise criteriosa, que envolve fatores como crescimento do mercado, qualidade e aceitação do produto, imagem da marca e fluxo de caixa. O investimento é motivado pela expectativa de valorização dos papéis e o lucro da operação. Do ponto de vista da empresa, a opção pela abertura de capital leva em consideração a possibilidade de financiar o crescimento do negócio com os recursos levantados, investindo em máquinas, equipamentos, treinamento e na sua ocupação de mercado, por exemplo.
Processo semelhante é observado no mercado de franquias. O candidato a franqueado vislumbra a possibilidade de ganho trazida pela reprodução de um modelo de negócios comprovadamente bem-sucedido, que também envolve fatores como mercado, produto, imagem e fluxo de caixa. Ao se decidir por uma franquia, o investidor confia no potencial de crescimento da marca. Para o franqueador, o Franchising é uma estratégia segura e eficaz de expansão das operações, de maneira análoga à abertura de capital. Captação de recursos, comprometimento do "franqueado-acionista" e mecanismos de controle sobre a marca, produtos ou serviços são alguns dos principais atrativos, além de financiar a sua expansão.
As semelhanças não páram por aí. Há paralelos entre o perfil do investidor em ações e o de franquias. Em geral, é um profissional com bom nível de escolaridade e ampla experiência em sua área. É alguém com bom padrão de vida, ativo e disposto a correr riscos para aumentar sua renda e patrimônio. São pessoas que lançam mão dos recursos de seu Fundo de Garantia para investir na Bolsa de Valores ou em um novo negócio, mesmo como atividade paralela (tocada pela esposa ou parentes).
Para esse perfil de investidor, o mercado de franquias é uma oportunidade atraente, em contraponto – ou complementando – as aplicações no mercado de capitais. O Franchising cresce de maneira sustentada no Brasil, que ocupa a terceira posição no ranking de países com maior número de franqueadores, atrás dos EUA e do Japão. Em 2007, o faturamento do setor foi de cerca de R$ 46 bilhões, um crescimento de 16% em relação a 2006. Hoje, o mercado é formado por mais de mil empresas franqueadoras – 90% nacionais – que somam 63 mil pontos de venda e oferecem mais de um milhão de empregos diretos.
O que esses exemplos ilustram é que, no mercado de ações ou no de franquias, as empresas optam por abrir a agentes econômicos externos seu capital, marca ou modelo de negócio, para financiar o próprio crescimento, na medida em que constroem uma reputação de confiança e solidez nos setores onde atuam. Com os recursos obtidos, aumentam sua capacidade de investimento e competitividade frente à concorrência, dando início a um ciclo virtuoso.
Mesmo com todas essas semelhanças, há pelo menos um ponto em que o Franchising tem diferença em relação ao mercado de capitais. Se ao acionista cabe investir com responsabilidade e acompanhar à distância os movimentos do mercado, o papel do franqueado é determinante para o sucesso do negócio. Não é por acaso que as redes franqueadoras mais bem-sucedidas são aquelas que aprenderam a compartilhar sua visão e métodos com seus franqueados, estreitando a parceria para colher bons resultados de maneira sustentada. Mas o papel do franqueado para essa modalidade de varejo organizada, eficaz e de alta penetração é tema para outro artigo.
Denis Santini
Fato: o brasileiro comum descobriu a Bolsa de Valores. Conceitos como câmbio, IPO, ação ordinária e dividendos, antes restritos a “experts”, ganharam as ruas, incorporando-se à vida de qualquer cidadão. Acompanhando esse interesse pelo assunto, pude constatar similaridades entre o mercado de ações e o de franquias, no qual atuo desde 1993, como especialista em comunicação e marketing de redes. Isso me estimulou a escrever este artigo, para expor as oportunidades oferecidas pelo Franchising aos investidores.
Analisemos o comportamento do investidor em cada caso. A opção pela compra de ações de uma empresa pressupõe confiança em seu crescimento e é feita após uma análise criteriosa, que envolve fatores como crescimento do mercado, qualidade e aceitação do produto, imagem da marca e fluxo de caixa. O investimento é motivado pela expectativa de valorização dos papéis e o lucro da operação. Do ponto de vista da empresa, a opção pela abertura de capital leva em consideração a possibilidade de financiar o crescimento do negócio com os recursos levantados, investindo em máquinas, equipamentos, treinamento e na sua ocupação de mercado, por exemplo.
Processo semelhante é observado no mercado de franquias. O candidato a franqueado vislumbra a possibilidade de ganho trazida pela reprodução de um modelo de negócios comprovadamente bem-sucedido, que também envolve fatores como mercado, produto, imagem e fluxo de caixa. Ao se decidir por uma franquia, o investidor confia no potencial de crescimento da marca. Para o franqueador, o Franchising é uma estratégia segura e eficaz de expansão das operações, de maneira análoga à abertura de capital. Captação de recursos, comprometimento do "franqueado-acionista" e mecanismos de controle sobre a marca, produtos ou serviços são alguns dos principais atrativos, além de financiar a sua expansão.
As semelhanças não páram por aí. Há paralelos entre o perfil do investidor em ações e o de franquias. Em geral, é um profissional com bom nível de escolaridade e ampla experiência em sua área. É alguém com bom padrão de vida, ativo e disposto a correr riscos para aumentar sua renda e patrimônio. São pessoas que lançam mão dos recursos de seu Fundo de Garantia para investir na Bolsa de Valores ou em um novo negócio, mesmo como atividade paralela (tocada pela esposa ou parentes).
Para esse perfil de investidor, o mercado de franquias é uma oportunidade atraente, em contraponto – ou complementando – as aplicações no mercado de capitais. O Franchising cresce de maneira sustentada no Brasil, que ocupa a terceira posição no ranking de países com maior número de franqueadores, atrás dos EUA e do Japão. Em 2007, o faturamento do setor foi de cerca de R$ 46 bilhões, um crescimento de 16% em relação a 2006. Hoje, o mercado é formado por mais de mil empresas franqueadoras – 90% nacionais – que somam 63 mil pontos de venda e oferecem mais de um milhão de empregos diretos.
O que esses exemplos ilustram é que, no mercado de ações ou no de franquias, as empresas optam por abrir a agentes econômicos externos seu capital, marca ou modelo de negócio, para financiar o próprio crescimento, na medida em que constroem uma reputação de confiança e solidez nos setores onde atuam. Com os recursos obtidos, aumentam sua capacidade de investimento e competitividade frente à concorrência, dando início a um ciclo virtuoso.
Mesmo com todas essas semelhanças, há pelo menos um ponto em que o Franchising tem diferença em relação ao mercado de capitais. Se ao acionista cabe investir com responsabilidade e acompanhar à distância os movimentos do mercado, o papel do franqueado é determinante para o sucesso do negócio. Não é por acaso que as redes franqueadoras mais bem-sucedidas são aquelas que aprenderam a compartilhar sua visão e métodos com seus franqueados, estreitando a parceria para colher bons resultados de maneira sustentada. Mas o papel do franqueado para essa modalidade de varejo organizada, eficaz e de alta penetração é tema para outro artigo.
Denis Santini é sócio da Mappa Idéias e Negócios, especializada em comunicação para franquias e redes, além de co-autor (com Filomena Garcia) do livro “Marketing para Franquias” (Premier Máxima, 2006). É ainda franqueado no Brasil da Contours Academia para Mulheres e professor do MBA Gestão de Franquias, da FIA/Provar.
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